Lá está ele, olhar triste a contemplar o céu Erguido está o instrumento de tortura Olhos suplicantes numa triste amargura A neblina da tarde torna-se um espesso véu Algozes zombam do homem na cruz E ele ao Pai clama o sincero perdão
Numa súplica ardente a olhar a luz No auge do sofrimento Ele é só coração Pai, meu Pai, perdoa-lhes, eles não sabem Eles não sabem meu Pai o que fazem, perdão E dos céus ele espera uma mensagem O Homem na cruz é só amor, é só emoção
Profundas feridas na pele, respiração arfante Grossas gotas de sangue caem, será que em vão? Espinhos perfuram sua pele, a dor é excruciante E Ele ao Pai implora que os perdoe de coração Posto Ele foi ao meio de ladrões, de meliantes O Filho do criador, que ao mundo trouxe só amor Que aos enfermos curou é Ele o Mestre, o viajante
O homem na cruz que ali está dilacerado em dor A mãe chora pelo divino filho que tanto amou Ao apóstolo amado Ele entrega sua mãe querida No extremo da dor a gratidão ao ventre que o gerou E lágrimas jorram dos olhos, agora a despedida As trevas à noite invadem e trovões anunciam o fim Ele se vai por amor, o céu Ele olha e contempla a luz Nas mãos do Pai, o espírito entrega, morreu por ti e por mim Erguido no alto a olhar por nós sempre estará o Homem na cruz