Ah! a inveja! Sentimento perverso, latente, inevitável. Você tem que ser muito, muito bem resolvido mesmo, para não sentir essa sensaçãozinha destrutiva.
Que atire a primeira pedra quem nunca sentiu aquela invejinha do amigo/amiga que apareceu com um(a) namorado(a) novo(a), lindíssimo(a), perfeito(a) (pelo menos parece, e somos assim, gostamos de acreditar no que nos causa aquela envolvente ilusão de que sim, as coisas podem ser perfeitinhas). E você sai pensando: “Nossa, como pode isso… Malandro tem sorte, E EU QUE ME ESFORÇO TANTO, não consigo nada”. O vitimismo é algo deplorável, não? Mais deplorável é constatar sua inevitabilidade. Eu e você, mais cedo ou mais tarde, vamos nos fazer de vítimas.
E quando você se depara com a notícia de que aquele amigo do peito foi promovido. Lá no fundo, bem no fundo, o que queríamos mesmo era que NÓS tivessemos sido promovidos. E seu amigo ali, na sua frente, contando das vantagens que terá, mas que não, não, ele não vai se prevalecer delas e bla bla bla. E você sentindo aquela ponta de tristeza, tentando ocultá-la através daquele sorriso e cara de satisfação, forçados, é claro.
E a situação inversa? Como é agradável aquele sentimento de (falsa) superioridade que nos vem quando contamos certas vantagens para alguém, e este alguém nos olha com aquele olharzinho fuzilante (sic) disfarçado de uma falsa alegria em nos ver bem. Você diz: “Me dei bem!!!”, e ele responde “Que bom…”, mas você sente que quase saiu um “Que m*rda…”.
Pior do que vivenciar essas situações, em que ora estamos por cima, ora estamos por baixo (sem malícia, por favor) é vivenciá-las com a consciência do que está acontecendo. Alguém vem contar vantagem de sua boa sorte em qualquer coisa que seja, e caso seja algo que você espera pra si, vai sentir aquela pontinha de inveja. Por outro lado, quando você passa por uma fase bem afortunada, e conta para alguém que você sabe que também almeja por situação semelhante, e você observa o desgosto da pessoa com aquele ar soberbo, no fundo, cruel.
Já outros, com medo da tal inveja, preferem se abster de contar suas histórias, êxitos e peripécias. Tem medo do olho gordo e acredito mesmo que seria o ideal, se nos fosse fácil ficar quietos. Há quem consiga e que bom pra essas pessoas que se bastam. A discrição é sem dúvida, um dos componentes do sucesso duradouro, mas aí já é outra história.
Ok, mas vamos separar o joio do trigo. Como tudo que é humano, com o sentimento de inveja também não existe 8 ou 80. Ou você não sente nada mesmo a respeito, e que bom pra você, ou sentimos desde TRAÇOS deste sentimento nada construtivo até mesmo chegarmos a alterar nossa rotina em função da não aceitação de uma situação supostamente injusta, quando passamos a desejar que a pessoa em questão se dê mal. Ok, convenhamos, algumas até que mereceriam…